Política

Lula manda paralisar criação da plataforma de apostas da Caixa

Ministros e assessores do Planalto dizem que iniciativa contraria a diretriz do governo para o setor
Por Redação 07/11/2025 - 14:21
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Agência Brasil
Sede da Caixa Econômica Federal
Sede da Caixa Econômica Federal

O Palácio do Planalto suspendeu o projeto da Caixa Econômica Federal que previa a criação de uma plataforma digital de apostas esportivas, conhecida internamente como BetCaixa. A medida foi determinada por Luiz Inácio Lula da Silva após ser informado, durante viagem oficial, de que a estatal havia avançado na estruturação do sistema.

O plano era anunciar a plataforma de apostas este ano para que o sistema pudesse operar em 2026 e gerar uma arrecadação de R$ 2,5 bilhões. Mas o projeto virou alvo de parlamentares da oposição.

A informação foi confirmada ao ICL Notícias por dois ministros e assessores do Palácio do Planalto. Segundo esses interlocutores, o tema gerou desconforto e a orientação é interromper etapas futuras até nova decisão do presidente.

A Caixa obteve autorização da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda para operar apostas de quota fixa, sob as marcas BetCaixa, MegaBet e Xbet Caixa, conforme portaria publicada em julho de 2025. Mesmo com a outorga paga, integrantes do governo avaliam que o projeto perdeu viabilidade política e tende a ser arquivado.

O banco vai priorizar outras medidas, como o programa de reforma de moradias. Com R$ 40 bilhões, esse projeto tem forte apelo eleitoral.

No Congresso, o debate recente sobre o setor tem sido marcado pela defesa de maior tributação e controles mais rígidos. Em setembro, durante as discussões da MP 1.303/2025, o líder do governo, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), afirmou:

“As bets têm de ser tributadas por uma questão de saúde pública. É necessário tributar e proibir. Acho que 18% é moderado, acho até que a taxação deveria ser maior.”

A fala não tratava especificamente da iniciativa da Caixa, mas expressa a linha defendida pela base governista para o segmento. No Ministério da Fazenda, técnicos próximos ao ministro Fernando Haddad avaliam que a entrada de uma estatal nesse mercado criaria conflito com a política de regulação mais rigorosa em discussão.


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